Esta é a história da Comercial Gaucha, na cidade de Estrela/RS, a 80 km de Porto Alegre. Uma concessionária Volkswagen que está fechada há 11 anos. Concessionárias-fantasma não são novidade, mas esta aqui é diferente. O ano era 2002, e o dono da Comercial Gaúcha, ou Covipa, foi um dos representantes chamados pela Volkswagen para a apresentação da nova cota de vendas. Segundo ele, a concessionária vendia cerca de 60 carros por mês, e a nova meta era de 160 carros por mês. Julgando esta uma meta impossível de atingir, o dono voltou para a concessionária e demitiu todos os funcionários abandonando o lugar. Na época, sua esposa morreu. A concessionária, então, foi fechada.
A história é contada por Reginaldo de C., como ficou conhecido o negociador de carros que mantém um site com o mesmo nome. Reginaldo diz que as fotos são de 2011, quando conseguiu conversar com o dono da concessionária, e que foi esta a história que ele contou.
Mas tem mais: o Flavio Gomes publicou uma nota em seu blog, e nos comentários começaram a surgir mais informações. Segundo alguns leitores, residentes em Estrela, o dono da concessionária aparece por lá todos os dias, em horário comercial. Ele chega logo cedo com seu carro de uso diário — um SP2 azul (que pode ser visto estacionado na rua em uma das fotos) —, toma uma cuia de chimarrão e fica lá, usando o uniforme de trabalho e esperando pelos clientes, que nunca chegam.
O lugar é limpo e impecável. Os carros no showroom não estão empoeirados, e parecem ter saído da concessionária hoje de manhã. São alguns Santana, Quantum e Fuscas (um Última Série, da década de 80, e dois Série Ouro, da década de 90). No depósito, ao fundo, mais Fuscas, estes empoeirados. O escritório ainda tem telefones, computadores e impressoras antigas, e tem até um dormitório ali. É como se a concessionária ainda funcionasse.
Temos sentimentos mistos em relação a esta história toda. É muito legal ver carros como estes sem uso, e muitos leitores certamente estão nutrindo sonhos gearheads com alguns deles. Mas, ao mesmo tempo, é infinitamente triste saber o que pode ter levado o dono desta concessionária a fechá-la, e não saber se suas visitas diárias são seu jeito pessoal de relembrar bons momentos ou simplesmente dificuldade em superar tudo isso.
Alguns leitores relatam que, de vez em quando, ele ainda vende algumas peças de seu estoque, que também está intacto. Com os carros, contudo, a história é outra: dizem que um homem já ofereceu R$ 300 mil por três Fuscas, e ele recusou. Mas talvez os Santana e Quantum ainda possam ser vendidos.
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Créditos: Jalopnik
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